16 de setembro de 2011

I Encontro Coletivo – Assédio Moral – UFF/ PROEX/ SPA – Sindicato dos Bancários

O Encontro Geral dos Bancários, dezembro de 2010, começou com a apresentação do projeto e depois com a apresentação dos bancários presentes. A seguir foi passado cenas de dois filmes: “O diabo veste prada” e “Sucesso a qualquer preço” além de algumas imagens que poderiam sugerir situações de assédio para disparar as discussões. A partir daí iniciaram-se os debates, trazendo parte das cenas dos filmes e das imagens e relatos das suas vivências de trabalho. Houve grande identificação das situações nos filmes com a vida real segundo os bancários.

Uma das questões que foram discutidas foi da linguagem de “fraco” utilizada pelos gestores se você não vende. Na visão destes, haveria um perfil específico de trabalhadores “fracos”, ou seja, daqueles que não alcançariam os ideais de venda. Diante disso, a bancária se pergunta sobre o lado emocional, o potencial inerente a todos que é esquecido pela empresa, que só vê o lucro, outra fala de um capitalismo “selvagem”. Esse ambiente de trabalho cada vez menos saudável, onde as situações de assédio vem crescendo assustadoramente.

Outra bancária vai num ponto crucial da diluição da cobrança, dos mecanismos que vão sendo criados onde os próprios bancários competem acirradamente entre si, criando padrões de qualidade total para si próprios, onde todos querem se destacar. O assediador então não se cristaliza mais na figura do chefe, mas se expande em diversas formas de assédio, inclusive adotadas pelos colegas de trabalho, formando uma verdadeira rede de competitividade que acirra as situações que desencadeiam o assédio moral.

Termina-se o encontro apostando na força desses encontros, em se debater mais acerca dessas situações que desencadeiam cada vez mais adoecimentos num ambiente que deveria trazer prazer, na necessidade de se criar outro “termômetro” de limite entre gestão e assédio. Desnaturalizar assim tais situações através da força do encontro e da “falação” contrapondo ao silêncio do adoecimento.

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