16 de setembro de 2011

X Seminário do Projeto Integralidade: saberes e práticas no cotidiano das instituições de saúde

Participamos do X Seminário do Projeto Integralidade: saberes e práticas no cotidiano das instituições de saúde realizado pelo Laboratório LAPPIS - integralidade em saúde do Instituto de Medicina Social (IMS) da UERJ que aconteceu nos dias 20 a 22 de outubro de 2010. Contou com a Conferência de abertura Profa. Agnes Heller da University of New York – USA e com os seminários que possuíam os seguintes temas: Justiça, Reconhecimento e afetividade- os dilemas da ação política como práxis de cuidado; Racionalidades médicas – ontem, hoje e amanhã; Educação permanente em saúde no SUS: perspectivas de práticas de ensino com integralidade das ações de saúde e Biopolítica: os reflexos das relações de poder entre os campos da comunicação, do jurídico e do político. Todas as apresentações seguiam a temática do seminário, apresentando contribuições, debate e trabalhos referentes à interface integralidade e cuidado. Entretanto os trabalhos se referiam, na maior parte, aos cuidados de saúde no ambiente hospitalar ou ambulatoriais tornando pouco diverso outros possíveis que fazem parte do conceito de integralidade tais como saúde do trabalhador, atenção primária, outras racionalidades médicas e outras disciplinas da área de saúde (psicologia, enfermagem, serviço social, fisioterapia, nutrição entre outros). Mas pontualmente, foi feito um debate importante sobre a questão da judicialização da saúde que não seria uma garantia do direito à saúde a todos.

“Acidentes e riscos de trabalho” (28/07/2010), a apresentação de Boaventura Souza Santos focaliza o Corpo do trabalhador fragmentado do trabalhador, convertido em capital. Quando há acidente de trabalho é calculada a incapacidade de trabalho de forma desigual entre os trabalhos, posto que de forma fragmentada. Nessa composição produtiva o trabalhador não tem danos morais vistos, somente danos físicos. A justiça, por sua vez, como fomentadora de injustiça social, proporciona sentenças desiguais para acidentes iguais, dependendo da classe social do trabalhador. Do mesmo modo, os sistemas periciais são cooptados pelas seguradoras, também corpo como mercadoria, fragmentado. Sendo assim, pode-se afirmar que não há lugar para o campo social, comunitário e para a produção das redes. Vivemos uma linha abissal em dois pólos distintos: regulação e apropriação, de um lado, violência e apropriação de outro. Construção de uma sociedade de risco: risco cego porque pode atingir qualquer pessoa na sociedade; condições não passíveis de prevenção. Para a teoria do risco, esses riscos podem ser calculados. Ao mesmo tempo em que se teme o risco cria-se a demanda na sociedade neoliberal de que se deve assumir risco e arriscar. Ser criativo e autônomo. Pensar a Modernidade é apostar na possibilidade de ter um futuro diferente do presente.

. Discursos de perigo:

1º) Trópicos são perigosos: Doenças tropicais são perigosas. Doenças tropicais para proteger o viajante.

2ª) Zonas coloniais perigosas: há mais propensão de desastres ecológicos nas zonas tropicais

3º) zonas coloniais perigosas: são zonas de revolução e comunismo. As teorias de desenvolvimento econômico vêm para combater as teorias revolucionárias.

4ª) Zonas coloniais são zonas de narcotráfico: Justificativa para ocupação de países tropicais como Costa Rica.

5º) Zonas tropicais são zonas de fome e desnutrição: a grande parte da população mundial é objeto e não sujeito dos direitos humanos produzidos por especialistas.

6º) Zonas tropicais como zonas de terrorismo.

7º) Sociologia das ausências: aquilo que é produzido, mas não é visto, fica periférico

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